A meu pai,
Fortunato Aranha
Morrer!
ver se findar nas lutas de um momento
Toda
uma vida, toda! em plena mocidade;
Em
sânie se abismar, por toda a eternidade,
O
que há de belo e puro em nosso pensamento;
Ver-se
ao lado do alarve – o vulto do talento;
Ao
lado da virtude – os vícios e a maldade,
E
ter, eternamente, a pobre humanidade
A
vala por descanso, em negro esquecimento;
Não!
A campa não é o termo da jornada.
A
morte não conduz a alma para o nada...
É
o começar da vida onde a existência finda.
Nos
grilhões da matéria a alma se não prende,
Na
vastidão sem fim dos mundos, ela ascende
A
nascer, a morrer e a renascer ainda.
V. Hugo ARANHA
Natal,
agosto 1905
In: Reformador, 01 dez. 1905
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