sexta-feira, 3 de abril de 2020

Quando penso




(A Leopoldo Cirne)

Deus – quando penso neste nome santo,

Divino poema de imortal grandeza,

Sinto-me preso de um sagrado encanto,

E na alma sinto a inspiração acesa.



Cantá-lo quero e tento, mas, de espanto,

Logo recuo: a própria natureza

Nega-me o auxílio, que num rude canto

Jamais decantarei tanta beleza!



E tento em vão... ah! como a dor me explode

Na alma, sentindo não poder num halo

De rimas pô-lo, e ao coração me acode!



Entanto, se não posso decanta-lo

Como anelava, calmamente pode,

Crente e pura, a razão glorificá-lo!

                   Casimiro Cunha

                   Vassouras, agosto de 1905

In: Reformador, 01 set. 1905

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