terça-feira, 28 de abril de 2020

Adeus

O sino plange em terna suavidade,
No ambiente balsâmico da igreja;
Entre as naves, no altar, em tudo adeja
O perfume dos goivos da saudade.

Geme a viuvez, lamenta-se a orfandade;
E a alma que regressou do exílio beija
A luz que resplandece, que viceja,
Na catedral azul da imensidade.

“Adeus, Terra das minhas desventuras...
Adeus, amados meus...” – diz nas alturas
A alma liberta, o azul do céu singrando...

– Adeus... – choram as rosas desfolhadas,
– Adeus... – clamam as vozes desoladas
De quem ficou no exílio soluçando...

Auta de Souza 
Médium: Francisco Cândido Xavier 
Do livro
Parnaso de Além-túmulo

Nenhum comentário:

Postar um comentário