terça-feira, 5 de maio de 2020

Abel e Caim


Gênesis, IV: 9 a 11 e 16

“Que fizeste, Caim?” “Acaso o guarda
Sou de Abel, Jeová, ou seu irmão?”
Ó palavras cruéis de alma bastarda,
Que a si mesma despreza – e quer perdão!

Nem de Nod a muralha te resguarda,
Caim, do teu remorso e maldição!
A Justiça de Deus, se às vezes tarda,
É por deixa-la ao próprio coração!

Pai! Abel fui chamado, e que ironia!
Pois repara o Caim que eu fui, maldito,
Quando, orgulhoso, não Te conhecia!

Da minha cruz de dor ouve o meu grito:
Dá-me a luz do Cruzeiro, que extasia
No Calvário de estrelas do Infinito!

Abel Gomes
Médium: Porto Carreiro Neto
Publicado no Reformador de dezembro de 1947

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