A pobre veste que despi na terra!
E de peias isento, nesta vida,
Meu ser exulta à nova luz em que erra.
Do mal vencida a tenebrosa guerra,
Com ela a humana dor também vencida,
Ao bem, por Deus, o espírito se aferra,
Que é bom rever a crença não descria.
Homens que lamentais a minha sorte,
Filhos que aí deixei, entes queridos,
Não choreis, não choreis a minha morte!
A morte é sombra passageira, e agora
– Ave desperta em páramos floridos
– Eu vivo, eu canto a minha eterna aurora.
Manuel Quintão 22/08/1908
In: Reformador, set. 1908
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