terça-feira, 24 de março de 2020

Memórias




Iniciamos neste mundo nova etapa

Para um período de bonança ou desventuras,

Feito criança ao receber, em linda capa,

Caderno isento de rabiscos e rasuras.



E nessas folhas que ganhou do Pai eterno,

Até a letra com que escreve é caprichada:

Escritos novos se inauguram no caderno,

Passa-se a limpo a matéria revisada.



Nesse exercício de escrever enquanto aprende,

Novos rabiscos e rasuras vão surgindo.

E esse caderno que era novo, de repente,

Vai-se borrando, amarrotando, se puindo.



E já não gosta do caderno essa criança,

Pedindo um novo, sem emendas ou rasuras.

Mas o seu Pai arquiva o velho, na esperança.

De que de que ainda sirva para pósteras leituras.



Cada experiência que se perde na lembrança

Está presente em nossas dores e venturas.

Cada caderno que escrevemos é uma herança

Para nós mesmos, em vivências mais futuras.

Diego Pires de Campos

Médium: Alberto Centurião

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