sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

sábado, 28 de novembro de 2020

Coletivo de Poetas Espíritas

 

Considerando que a poesia é uma forma de expressão que tem a capacidade de se ajustar aos mais diversos meios de comunicação – escrita, falada ou audiovisual; presencial ou remota, síncrona ou assíncrona – o momento é favorável à sua difusão e divulgação, fato que vem ocorrendo espontaneamente. É também, a poesia, potente estimulador de reações emotivas e reflexivas, tornando-se por essas características um valioso instrumento de cultura e lazer potencialmente consolador e transformador, tanto em questões emocional/psicológicas, quanto existenciais, culturais e espirituais.

Por uma conjugação de fatores – mudança histórica e cultural, inovações tecnológicas, fim da era da imprensa e florescimento das mídias digitais e audiovisuais, isolamento causado pela pandemia, incentivo à interação remota etc. – os poetas têm nas mãos uma rara oportunidade de poetizar a sociedade, disseminando essa maneira tão peculiar de sorver a vida pela perspectiva da transcendência.

Dada a total compatibilidade da doutrina espírita, em seu tríplice aspecto, com momento histórico – proporcionando respostas e perspectivas – a ocasião é particularmente favorável aos poetas espíritas, que, integrando-se a essa onda de expansão poética mundial, podem ser agentes polinizadores da mudança espiritual em curso na sociedade.

Cada espírita poeta, a seu modo, já iniciou esse trabalho, imprimindo ao fazer poético o seu sistema de crenças e a sua visão do ser e da sociedade. Entretanto a oportunidade será tanto melhor aproveitada quanto mais nos organizarmos, juntando forças e articulando ações em múltiplas localidades, com uma perspectiva global que nos una em torno do fazer poético à luz da doutrina espírita.

A questão a ser tratada aqui é o modo mais adequado de nos organizarmos para alcançar maior eficiência na criação e na divulgação da nossa poesia, em consonância com os ideais do espiritismo.

Sobre a proposta de um "coletivo", em contraposição à sugestão de uma associação, nossa proposta é de uma mobilização menos formal, posto que uma associação pode vir a se tornar uma camisa de força ao longo do tempo.

É importante considerar que já existem órgãos/instituições estruturados para cuidar da Arte espírita, tais como os vários Departamentos e Assessorias de Arte no movimento federativo, a Abrarte, as Fundações e Institutos como GAN, Arte e Vida e outros. Sendo a poesia uma Arte, basta que os poetas se articulem e ocupem espaço dentro dessas organizações, em vez de criar outras concorrentes. Desse modo fortalecem-se as estruturas existentes, que, por sua vez, fornecerão suporte e infraestrutura ao trabalho dos poetas.

Por isso, a proposta é de um MOVIMENTO em vez de uma ESTRUTURA.

Estrutura existe para sustentar, estruturar, organizar, fomentar e conservar. Uma estrutura é feita para resistir ao tempo, por isso mesmo tem, necessariamente, certa rigidez, certos ritos e regulamentos. Já um movimento surge, existe e acontece com a finalidade de mover, transformar, revolucionar. Por sua fluidez, um movimento tende a se exaurir, deixando atrás de si uma realidade transformada. Uma estrutura (instituto, departamento, associação, federação) é formal.

Um movimento é informal. Mais do que na estrutura organizacional, um movimento reside nas pessoas. Uma estrutura estabelece metas, políticas e propósitos. Um movimento se estabelece sobre parcerias, afinidade e cumplicidade entre as pessoas.

Isto posto, nossa proposta é que seja dado início a um movimento intitulado

Coletivo dos Poetas Espíritas

Que terá por finalidade:

¾    União de forças entre poetas de todo o Brasil, quiçá o Mundo, para mobilização em prol do fortalecimento e difusão da Poesia, à luz da Doutrina Espírita.

¾    Um movimento inspirador (não precisa ser organizado, mas será necessariamente alinhado) para que cada poeta, ou grupo de poetas espíritas de algum canto do mundo, assuma direcionamentos compatíveis entre si e mantendo alinhamento com a doutrina espírita, a fim de promoverem ações independentes, porém entrelaçadas, visando melhorar a qualidade (literária e doutrinária) da sua poesia, buscando maior alcance em sua divulgação e valorização.

¾    Essa união (informal) beberá numa fonte temática comum (a doutrina espírita e as múltiplas realidades da vida espiritual), de modo que cada poeta ou coletivo local ou regional promova experimentos e buscas formais, com o resultado pretendido de renovar temática e linguagem, a fim de produzir um conjunto de obra que, por suas características formais e temáticas, venha a ser percebido e reconhecido como um sopro renovador na poesia brasileira (quiçá, universal!), a merecer o epíteto de "poesia espírita".

¾    Promover o diálogo da poesia com todas as artes.

Resumo:

Uma organização, associação, federação pode ser permeada e influenciada por um movimento. Então o coletivo atuará, por intermédio dos poetas já inseridos nos respectivos quadros, para manifestar, dentro das organizações já existentes, os conteúdos reflexivos maturados no coletivo livre.

O contágio se dará pelo convívio e pela contribuição criativa desses poetas aos respectivos ambientes associativos.

Como se pode perceber, o Garimpo e o grupo de mensagens Espiritismo & Poesia já estão a fazer esse trabalho, indicando que seu idealizador Glaucio Varella Cardoso teve essa intenção desde o começo.

Tanto no Garimpo quanto no Grupo Espiritismo & Poesia já estão reunidos e congregados poetas de diversas idades, cidades e regiões do País, bem como de variados graus de maturidade formal em seu fazer poético.

Essa convivência tem proporcionado o compartilhamento de informações, a estimulação cruzada, o debate sobre temas e linguagem, bem como tem estimulado os participantes a aumentarem sua produção. Nele a simples convivência já promove autocrítica e estimula o aprimoramento formal.

Cada um dos integrantes, por sua vez, leva essas influências para seus locais de origem, funcionando como agentes polinizadores.

Nossa proposta é que o movimento que já vem acontecendo de modo espontâneo e intuitivo seja feito intencional e organizadamente.

Sugestões de ação prática

¾    Grupos de estudos locais, regionais e nacionais;

¾    Encontros temáticos periódicos;

¾    Central de divulgação;

¾    Concursos de poesia escrita e declamada;

¾    Lives e publicação de antologias;

¾    Central de informação sobre editais de incentivo;

¾    Incentivo às novas gerações – leitores e poetas jovens;

¾    Participação no movimento cultural da sociedade como um todo;

¾    Marcar presença nas redes sociais;

¾    Ações de impacto social – Setembro Amarelo / Inclusão social e cultural etc.

 

UNI-VERSO – Segundo Encontro de Poetas do Garimpo, setembro/2020.

 

Grupo de trabalho do Coletivo

Alberto Centurião Carvalho

Jordan da Cunha Alencar

Luciana de Lima Barreto Mariolani

 

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

sábado, 11 de julho de 2020

Garimpo - 49 - ANO V


O QUINTO ANO DO GARIMPO COMEÇA TRAZENDO POETAS NOVOS E CONVOCANDO A TODOS OS POETAS ESPÍRITAS PARA UM GRANDE ENCONTRO!

sábado, 13 de junho de 2020

Garimpo - 48


O Garimpo chega exaltando os elos de amor que nos ligam uns ao outros.
CLIQUE NA CAPA PARA BAIXAR

terça-feira, 19 de maio de 2020

O ANJO-DA-GUARDA

Pobres homens, num mundo em convulsão,
Com oração secai os prantos,
E não temais ruja o trovão,
Perto de vós há os anjos santos.
Deus é tão bom. Deus vosso Pai,
A todos vós sempre quis dar
Um pequeno anjo que não cai
No esforço de vos proteger.
Escutai nossa voz amiga.
Oh! Ver-vos cheios de alegria;
E após a dor que vos fustiga
Ao céu levar-vos com valia!
Pudésseis vós sorrir nos ver
Da vossa infância nos primeiros passos,
Vossos olhos, mortais, nos nossos olhos ler
Podiam nossa dor ao ver-vos nos maus laços!
Mas escutai: Vos temos que ensinar
O segredo, no bem, de vossa integração,
Que a vós também, há de chegar
Serdes, um dia, anjo guardião.
Sim, quando terminar a vossa prova
Deus vos receberá o Espírito esmerado,
E vos enviará, na Terra, a uma alma nova,
Um belo nascituro a quem sereis levado.
Amai-o bem e que vossa assistência,
O pobrezinho tenha cada dia
De seu anjo guardião maternal companhia;
Por vossa vez, guiai com paciência
Vosso pupilo e irmão à dos céus moradia.

(Sociedade Espírita Africana – Médium: Srta. O...)
Originalmente publicado na Revista Espírita de setembro de 1862. 
Reproduzimos a exata formatação da publicação original.

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Você


Você é único!
Você foi criado por Deus e possui em seu interior a centelha divina
Você é alma bem vinda nesse mundo ainda cheio de contradições...
Você é tudo isso que vês
Você é um ser a caminho da luz
Que reluz quando dos seus lábios emana amor e compreensão
Você é flor harmoniosa cujo perfume irradia amostras da beleza de Deus!
Seu sorriso é inconfundível!
Você é o artista da própria vida!
Você é emoção, é sonho
Você é um ser humano por inteiro
Com qualidades e defeitos
Você é obra perfeita da Criação!
Você é único em seu olhar
Em seu modo de viver e agir
Você é espírito imortal
Que alegria poder sentir que você também é especial!
Você pra mim é importante
Você é a parte que soma
De bocadinho a bocadinho
Transformará tristezas em sorrisos
Você é filho de Deus
Consciente de suas atitudes
Você é homem encarnado que possui talentos
Você é sentimento
Não ouse duvidar!
Você foi criado para ser amado e amar!

Nina Lisboa


terça-feira, 12 de maio de 2020

AMOR NO ALÉM


De alma para outra alma
O amor é um laço tão forte
Que vejo muitos casais
Unidos depois da morte.
Cornélio Pires
Médium: Francisco Cândido Xavier
Do livro Trovas da Vida

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Garimpo - 47

CLIQUE NA CAPA

FINADOS!


Festa no cemitério!
Hoje é dia de Finados!
Levam flores,
levam velas,
castiçais
e jarros lindos, delicados.
Muitos, de preto vestidos,
outros, de branco também,
arrumam as flores,
acendem as velas,
rezam terço...
Padre Nosso,
Ave Maria...
Dizem – Amém.

Quantas sombras tristes, vagam
em torno das lousas frias,
sem notar a beleza das flores,
o fulgor da luz das velas,
nem sentir o poder dos terços,
Padre-Nossos...
Ave-Marias.

Hoje é dia de festa no cemitério!
Hoje é dia de finados!
E que adiantam flores,
velas, jarros, castiçais
na festa do cemitério
neste dia de Finados?
Pra que cantos funerários,
se os que partiram
– partiram –
não estão ali plantados,
não necessitam de flores,
velas... cantos funerários?

José Brasil
In: Antologia de Poetas Espíritas

terça-feira, 5 de maio de 2020

Abel e Caim


Gênesis, IV: 9 a 11 e 16

“Que fizeste, Caim?” “Acaso o guarda
Sou de Abel, Jeová, ou seu irmão?”
Ó palavras cruéis de alma bastarda,
Que a si mesma despreza – e quer perdão!

Nem de Nod a muralha te resguarda,
Caim, do teu remorso e maldição!
A Justiça de Deus, se às vezes tarda,
É por deixa-la ao próprio coração!

Pai! Abel fui chamado, e que ironia!
Pois repara o Caim que eu fui, maldito,
Quando, orgulhoso, não Te conhecia!

Da minha cruz de dor ouve o meu grito:
Dá-me a luz do Cruzeiro, que extasia
No Calvário de estrelas do Infinito!

Abel Gomes
Médium: Porto Carreiro Neto
Publicado no Reformador de dezembro de 1947

sexta-feira, 1 de maio de 2020

Póstumo

Jaz no limo, desfeita, apodrecida
A pobre veste que despi na terra!
E de peias isento, nesta vida,
Meu ser exulta à nova luz em que erra.

Do mal vencida a tenebrosa guerra,
Com ela a humana dor também vencida,
Ao bem, por Deus, o espírito se aferra,
Que é bom rever a crença não descria.

Homens que lamentais a minha sorte,
Filhos que aí deixei, entes queridos,
Não choreis, não choreis a minha morte!

A morte é sombra passageira, e agora
– Ave desperta em páramos floridos
– Eu vivo, eu canto a minha eterna aurora.

Manuel Quintão 22/08/1908
In: Reformador, set. 1908

terça-feira, 28 de abril de 2020

Adeus

O sino plange em terna suavidade,
No ambiente balsâmico da igreja;
Entre as naves, no altar, em tudo adeja
O perfume dos goivos da saudade.

Geme a viuvez, lamenta-se a orfandade;
E a alma que regressou do exílio beija
A luz que resplandece, que viceja,
Na catedral azul da imensidade.

“Adeus, Terra das minhas desventuras...
Adeus, amados meus...” – diz nas alturas
A alma liberta, o azul do céu singrando...

– Adeus... – choram as rosas desfolhadas,
– Adeus... – clamam as vozes desoladas
De quem ficou no exílio soluçando...

Auta de Souza 
Médium: Francisco Cândido Xavier 
Do livro
Parnaso de Além-túmulo

Na Era do Espírito

O caos invadira a França,
− Olimpo do pensamento.
O ódio − lobo famulento,
Range as presas com furor.
Nas ruas − Paris descansa;
Em casa − chora em segredo;
Gigante, arrosta, com medo,
As iras do Imperador.

A Nação encarcerada
Lança em nota clandestina
As safras da guilhotina
E explode: − “Revolução! ”
Recorda a Bastilha irada,
Lê Rosseau, à luz da vela,
Esmurra as grades da cela,
Protesta rugindo em vão.

A crença herdada do Cristo
Caíra no sorvedouro
− Turbilhão de pompa e ouro −,
Dobrada ao tacão dos reis.
Em tormento jamais visto,
Nos frios templos, o povo
Exorava aos Céus, de novo,
Novos rumos, novas leis.

A Ciência − clava forte −,
Contra as cadeias medievais,
Partia os grilhões das trevas
Em sarcástico festim,
A exprobar de sul a norte,
Por tirana revoltada:
− “Dominemos! Deus é nada! ”
A morte − o portal do fim!”

Ninguém na fé militante...
Mavorte, em fúria, galopa
Nos campos de toda a Europa!
Na África − a abjeção!
Na Austrália − o progresso infante!
Na Ásia − o suor dos parias
Rola em bagas milenárias!
Na América − a escravidão!

Mas o Espaço se descerra!
Jesus, no esplendor dos sóis,
Recruta gênios e heróis
A iluminar o porvir.
De pólo a pólo, na Terra,
Flamejam etéreas lampas,
Mensagens brotam das campas,
Ao toque de ressurgir!

Aos clarões da Imensidade,
Kardec chega e inaugura
A Doutrina viva e pura
Da razão à luz do bem.
O Espírito de Verdade
Semeia Divina Messe,
O Evangelho reaparece
Nas Vozes do Grande Além!

Falam tumbas, dançam mesas,
Nascem livros, surgem almas,
Luzem preces, chovem palmas,
Hosanas aqui e ali!
Consciências dantes presas
Rompem torva cidadela;
Pastor guiando a procela,
Jesus conclama: − “Servi!”

Ante a ribalta terrestre,
O Direito renovado
Deixa, ao tropel do passado,
Distinções de raça e cor!
Em triunfo, volve o Mestre,
E acende na mente humana,
Desde o palácio à choupana,
O facho do Eterno Amor!...

O mundo voga num misto
De infortúnio e de esperança,
Pranteia a sorrir e avança
Nas Bênçãos do Excelso Pai!
Kardec reflete o Cristo;
Desfralda, em bandeira à frente,
O convite permanente:
– “Espíritas, trabalhai!...”

Castro Alves
Médium: Waldo Vieira
Do livro Antologia dos Imortais

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Tríplice Aspecto

Allan Kardec, em 1857
Nos trouxe o Livro dos Espíritos
Homem bem quisto, estudioso exímio codificador
Trouxe a doutrina espírita o verdadeiro consolador
Kardec para um bom entendimento do Espiritismo
Nos trouxe três aspectos principais a serem definidos
O Espiritismo possui seu aspecto científico bem definido
A considerar a manifestação dos espíritos
Na comunicabilidade
Na experiência prática
No empirismo
No cientificismo
O Espiritismo possui seu aspecto filosófico
O indagar da vida!
De onde eu vim?
Para onde vou?
Quem sou eu?
Onde estou?
Onde devo melhorar-me?
Como espiritualizar-me?
O Espiritismo possui seu aspecto religioso
O “religar” a Deus
O encontro com nossa essência Divina que
nunca termina
Sem rituais, na acepção da palavra
Nas sábias lições que o evangelho nos traz
Nesse tríplice aspecto que a doutrina nos
aporta
No conhecimento filosófico que tanto nos
conforta
Que Jesus seja nosso guia e modelo
Que Kardec seja a base
Que o Espiritismo seja o caminho para nosso
melhoramento moral
Rogando aos benfeitores espirituais
Que nossa estrada seja de bênçãos, fé,
sabedoria e paz!
Nina Lisboa

sábado, 11 de abril de 2020

Garimpo - 46 - Abril/2020


A edição de abril do Garimpo busca dar uma resposta à pergunta:
PARA QUE POETAS EM TEMPOS DE QUARENTENA?

terça-feira, 7 de abril de 2020

Quadras


Verifica o que semeias.

Toda colheita é segura.

Aquilo que procuramos

Vem sempre à nossa procura.
                      Casimiro Cunha


Quem a todos contentasse,

Dando pleno reconforto,

Decerto que sobre a Terra

Teria nascido morto.
                      Cornélio Pires


Cego, no instante do adeus,

Exclamei, voltando à luz

- Louvado sejas, meu Deus!

Bendito sejas, Jesus!
                      Sebastião Lasneau


Médium:
Francisco Cândido Xavier
Do livro:
Trovas do mais além

sexta-feira, 3 de abril de 2020

Quando penso




(A Leopoldo Cirne)

Deus – quando penso neste nome santo,

Divino poema de imortal grandeza,

Sinto-me preso de um sagrado encanto,

E na alma sinto a inspiração acesa.



Cantá-lo quero e tento, mas, de espanto,

Logo recuo: a própria natureza

Nega-me o auxílio, que num rude canto

Jamais decantarei tanta beleza!



E tento em vão... ah! como a dor me explode

Na alma, sentindo não poder num halo

De rimas pô-lo, e ao coração me acode!



Entanto, se não posso decanta-lo

Como anelava, calmamente pode,

Crente e pura, a razão glorificá-lo!

                   Casimiro Cunha

                   Vassouras, agosto de 1905

In: Reformador, 01 set. 1905

sexta-feira, 27 de março de 2020

Viva a vida





Que coisa louca é a vida, metida do jeito que é; mesmo quando tá tudo certo, ela inventa de fazer o que ela quer. O tempo passa, o tempo foge. Mas onde vai o tempo? Vai contra a vida; vida curta essa, contada no desenrolar do tempo. Por que esperar para o momento da morte para podermos pedir desculpa, para podermos dizer “eu te amo”, se a cada instante temos provas de que a vida é curta e que temos que arriscar perde-la. Por isso proponho um debate onde se decida: o que afinal é a vida?

Gabriela Moraes

Juliana Lizardo
Letícia Xavier


Poema produzido durante a oficina de poesia ministrada por Glaucio Cardoso no 30º Encontro de Mocidades Espíritas de Irajá (EMEI), que aconteceu dia 17/07/16. Foram três produções coletivas, sendo uma prosa poética. O tema proposto foi “VIVA A VIDA”. (3 de 3)

terça-feira, 24 de março de 2020

Memórias




Iniciamos neste mundo nova etapa

Para um período de bonança ou desventuras,

Feito criança ao receber, em linda capa,

Caderno isento de rabiscos e rasuras.



E nessas folhas que ganhou do Pai eterno,

Até a letra com que escreve é caprichada:

Escritos novos se inauguram no caderno,

Passa-se a limpo a matéria revisada.



Nesse exercício de escrever enquanto aprende,

Novos rabiscos e rasuras vão surgindo.

E esse caderno que era novo, de repente,

Vai-se borrando, amarrotando, se puindo.



E já não gosta do caderno essa criança,

Pedindo um novo, sem emendas ou rasuras.

Mas o seu Pai arquiva o velho, na esperança.

De que de que ainda sirva para pósteras leituras.



Cada experiência que se perde na lembrança

Está presente em nossas dores e venturas.

Cada caderno que escrevemos é uma herança

Para nós mesmos, em vivências mais futuras.

Diego Pires de Campos

Médium: Alberto Centurião

sexta-feira, 20 de março de 2020

Viver a vida




Viver é uma arte

Que não precisa ser esculpida.

Viva la vida,

Viva a vida,

Live the life,

Em todas as línguas,

De todas as formas,

A todos os momentos,

Com ou sem eventos.

Viver é aprender,

É ensinar,

É fazer escolhas

E aproveitar.

Beatriz Teixeira

Bruna Marins

Larissa Pinheiro

Poema produzido durante a oficina de poesia ministrada por Glaucio Cardoso no 30º Encontro de Mocidades Espíritas de Irajá (EMEI), que aconteceu dia 17/07/16. Foram três produções coletivas, sendo uma prosa poética. O tema proposto foi “VIVA A VIDA”. (2 de 3)

terça-feira, 17 de março de 2020

Após




Irmãos! Sou aquela Alma que chorava a medo,

Com lágrimas regando os seus doridos versos...

Que conheceu, na Terra, apenas os reversos

Da ventura e prazer de um doce sonho ledo.



Caminhei por estrada nua, sem arvoredo,

Deixando nos espinhos meus cantos dispersos...

Quantos corações vi em venturas imersos,

Enquanto o meu, tão só, condenado ao degredo...



Entre os tristes, eu fui o mais triste ser humano...

Mas apesar de tanta dor e desengano,

Que me deixavam n’alma fundas cicatrizes,



Conservei a Esperança em todos os momentos...

Porque sabia que após angústias, sofrimentos,

Renasceríamos para dias mais felizes!...

Auta de Souza

Médium: Dolores Bacelar

Do livro Cânticos do Além

sexta-feira, 13 de março de 2020

Viva a vida




Viver é tocar, se fores músico;

Viver é brincar, se fores criança;

Viver é fazer o amor aparecer.

Sempre me disseram

Que a beleza está nos olhos de quem vê

E quem vê essa beleza

Aprende a viver, a conviver;

Quem vê a beleza numa flor

E lembra de seu amor,

Pois ambos têm o doce,

E traz à sua vida mais cor;

Quem vê a beleza na pedra,

Que mesmo dura é bela.

Então, não desista

E sim, invista!

Nem tudo é fácil nessa vida,

Não desistir, sim investir,

Sonhar e realizar,

Viver a vida do jeito que há!

Gabriel Marques

Ingryd da Luz
Isabel Maceno
Poema produzido durante a oficina de poesia ministrada por Glaucio Cardoso no 30º Encontro de Mocidades Espíritas de Irajá (EMEI), que aconteceu dia 17/07/16. Foram três produções coletivas, sendo uma prosa poética. O tema proposto foi “VIVA A VIDA”. (1 de 3)

terça-feira, 10 de março de 2020

Resposta


(Às estranhezas de alguém de como a
reencarnação educar)
Essa que vês no borralho
Nem sempre foi esse espelho
De ternura e de conselho,
De humildade e de trabalho.

Foi perita em dar de relho,
Jogadora de baralho,
Senhora fina no malho
Da palavra em destrambelho.

Desgovernou-se no trilho
De educar o próprio filho,
Desarvorada de orgulho.

E, na miséria de molho,
Renasceu toda de escolho,
Sem ter nada além de entulho.
Alfredo Nora
Médium: Gilberto Campista Guarino
Publicado no jornal Obreiros do Bem,
de janeiro de 1977

sexta-feira, 6 de março de 2020

Pensamento


“O Espiritismo não precisa estar na Poesia;
O Espiritismo precisa estar no Poeta...”
Alberto Centurião
Poeta

terça-feira, 3 de março de 2020

MEDITAÇÃO


Garimpo – Agosto/2016 – 5
– Chiquinha, vancê bem falô
Mais esqueceu do feijão
Qui nois percisa no corpo
Feito máquina, de carvão.

Num falô nas brabuleta
Qui beija as frô do jardim
Nos vagalume de noite
Qui pisca oiando p’rá mim.

Num falô nos potro brabo
Percisando de carinho
Das ave qui vem cantando
Até chegá no seu ninho.

De tudo qui foi falado
A fé cum Jesus no lá
É das famia a riqueza
Qui percisamo lembrá.

Qui o pensamento da gente
Tem que sê bom e sadio
Feito chapé na cabeça
Cubrindo quando faz frio.

Os oio qui Deus nos deu
É preciso de iducá
P’rá inxergá as riqueza
Qui principia no lá.

Os oio, guia da gente,
É perciso de insiná
Inxergá o qui é bom
O resto deixa p’rá lá.

A boca, pequena ô grande,
Cabe tudo dentro dela
Mais percisa mastiga
P’rá dispois manda p’rá guela.

Assim tombém as palavra
Qui nois deseja fala
Tem que sê bem mastigada
P’rá dispois nois recitá.

As palavra bôa ô má
Tem de tê meditação,
Pois sai de dentro p’rá fora,
Da porta do coração.
Catullo da Paixão Cearense
Médium: Nair Machado
In: Catullo – a volta de Catullo da Paixão Cearense